O inverno é, geralmente, a época do ano em que as pessoas mais prestam atenção à vitamina C. Portanto, aqui fica um guia para compreender melhor esta vitamina.
Há mais de 100 anos que se sabe que a vitamina C desempenha um papel crucial para o bom funcionamento do nosso organismo.1 Presente numa variedade de alimentos e também facilmente encontrada em suplementos alimentares, garantir a sua adequada ingestão não é, então, difícil, sobretudo em contextos socioeconómicos mais favorecidos (com acesso às fontes desta vitamina).2
Vejamos, então, para que serve a vitamina C, onde pode ser encontrada e outras questões relevantes sobre esta vitamina.
9 perguntas e respostas essenciais sobre a vitamina C
1. Quais são as principais funções da vitamina C?
A vitamina C (ou ácido ascórbico) desempenha, sobretudo, funções ao nível da nossa pele, ossos, células (sistema imunitário) e fibras (tecido conjuntivo).1, Isto porque esta vitamina3,4,5:
- contribui para proteger as células e mantê-las saudáveis;
- conduz à formação de uma proteína essencial para a formação da pele, dos tendões, dos ligamentos e dos vasos sanguíneos;
- ajuda na cicatrização de feridas;
- contribui para a absorção do ferro.
Além disso, esta vitamina é ainda um poderoso antioxidante, o que significa que tem capacidade de proteger as células do sistema respiratório contra os agentes poluentes que se encontram no ar (tais como o ozono, o dióxido de nitrogénio, metais pesados ou pesticidas, por exemplo) e que causam stress oxidativo no nosso organismo.1
2. E as constipações?
Contrariamente ao que muitas pessoas pensam, tomar suplementos de vitamina C não previne constipações.6 Porém, estudos demonstram que a suplementação regular com esta vitamina (com Corvite®, por exemplo) contribui para reduzir a duração e a intensidade dos sintomas (redução da duração em 8%, nos adultos, e em 14%, nas crianças).7
3. Quais as necessidades de vitamina C ao longo da vida?
Uma vez que o nosso corpo não tem capacidade de, por si só, produzir esta vitamina, é essencial consumi-la como parte de uma dieta saudável.7 É, portanto, necessário ter em atenção a dose diária recomendada desta vitamina, que varia, consoante o sexo, ao longo da vida8:
Idade | Sexo feminino | Sexo masculino |
7-11 meses | 20 mg/dia | 20 mg/dia |
1-3 anos | 20 mg/dia | 20 mg/dia |
4-6 anos | 30 mg/dia | 30 mg/dia |
7-10 anos | 45 mg/dia | 45 mg/dia |
11-14 anos | 70 mg/dia | 70 mg/dia |
15-17 anos | 90 mg/dia | 100 mg/dia |
Adultos (≥18 anos) | 95 mg/dia | 110 mg/dia |
Além disso, alguns grupos podem necessitar de uma dose mais elevada desta vitamina. É o caso de fumadores, pessoas em processo pós-operatório, vítimas de queimaduras e mulheres grávidas ou lactantes.3
4. A falta de vitamina C é um problema comum?
Nos países desenvolvidos, o escorbuto (deficiência severa de vitamina C) é muito raro. No entanto, quem segue uma dieta pouco adequada poderá desenvolver uma deficiência primária desta vitamina.9
Há ainda alguns grupos de risco que devem estar atentos à potencial falta de vitamina C, nomeadamente2:
- Pessoas que não incluem fruta e vegetais na sua dieta;
- Fumadores;
- Indivíduos com problemas de alcoolismo;
- Bebés exclusivamente alimentados com leite de vaca;
- Idosos com dietas pobres;
- Diabéticos tipo 1;
- Pessoas com doenças do trato gastrointestinal;
- Indivíduos com excesso de ferro no organismo (que leva à perda de vitamina C, através dos rins);
- Pessoas com dietas restritivas e/ou alergias alimentares.
5. Como prevenir uma deficiência de vitamina C?
A prevenção da deficiência de vitamina C é feita, sobretudo, através do consumo das doses recomendadas desta vitamina, quer através de alimentos frescos, quer através de suplementos alimentares (por exemplo, Corvite®).9
Em suma, a adoção de uma dieta equilibrada, a par do não consumo de tabaco e álcool, é a melhor forma de evitar falta de vitamina C.2
6. Onde é que esta vitamina pode ser encontrada?
São, sobretudo, as frutas e vegetais que fornecem 90% da vitamina C que podemos consumir por via da dieta.2 Neste artigo, apresentamos uma lista de 12 alimentos ricos nesta vitamina (identificando ainda outros aspetos em que a nossa saúde e bem-estar podem beneficiar com o seu consumo). Além disso, aqui poderão saber qual é a fruta com mais vitamina C (e podemos já dizer que os três primeiros lugares não são ocupados por nenhum citrino…).
De salientar que, por ser sensível ao calor e solúvel em água, é importante que os alimentos ricos em vitamina C sejam ingeridos, preferencialmente, crus, já que a cozedura diminui o seu valor nutricional.2,10
7. Preciso de tomar suplementos de vitamina C?
A resposta a esta questão é: depende… Por um lado, as pessoas saudáveis, que consomem regularmente fruta e vegetais, raramente necessitam de tomar suplementos de vitamina C.6 Por outro, estes podem apresentar benefícios para alguns grupos específicos, nomeadamente pessoas com níveis baixos de vitamina C no organismo, indivíduos sob grande stress físico (como por exemplo atletas de competição) e grupos de risco para o desenvolvimento de infeções virais, nomeadamente doentes crónicos e idosos.7,11
8. Quais os benefícios dos suplementos alimentares de vitamina C?
Os suplementos alimentares de vitamina C, como é o caso de Corvite®, têm demonstrado alguns potenciais benefícios para a saúde, nomeadamente na redução12:
- do risco de doenças crónicas, devido ao seu potencial antioxidante, que reforça o sistema imunitário;
- da tensão arterial (em pessoas com valores elevados);
- do risco de doença cardíaca;
- dos níveis de ácido úrico.
De notar que os suplementos alimentares de vitamina C apresentam a vantagem de a absorção ser semelhante à do consumo desta vitamina através dos alimentos.13
9. Existe algum risco de ingerir vitamina C em excesso?
Os nossos intestinos têm uma capacidade limitada para absorver a vitamina C, pelo que, a partir do momento em que já ingerimos 1000 mg, o nível de absorção reduz para metade e eventuais excessos são eliminados via urina.14 Porém, é necessário ter atenção à mega dosagem, sobretudo, se se tomarem suplementos alimentares, uma vez que, entre alimentos e suplementos, não devem ser consumidos mais de 2000 mg, dose a partir da qual podem surgir sintomas como diarreia, náuseas, vómitos, azia, cólicas abdominais, dor de cabeça e insónias.6,15

Referências:
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